INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do livro de Jó, analisaremos os discursos de Zofar. - Para Zofar, Deus é distante e não se preocupa em fazer companhia ao homem.
I – QUEM FOI ZOFAR
- Zofar, o terceiro amigo de Jó, fez apenas dois discursos, nos quais volta a se utilizar dos argumentos relativos ao dogma da retribuição.
- Mas, em seu discurso, com maior ênfase do que nos discursos de seus amigos, notamos a presença do que viria a ser conhecido como "deísmo", a crença num Deus distante e que não se preocupa em fazer companhia ao homem.
- Ao estudarmos os dois discursos de Zofar, veremos que este amigo de Jó enfatiza a supremacia divina, que é um dos pontos que Jó empregara para rebater as acusações e argumentos de Elifaz e de Bildade.
- Porém, nesta ideia de supremacia divina estava embutida uma noção de que Deus está distante do homem, o que será vigorosamente combatido por Jó, que, como ninguém em seu tempo, desfrutava de uma profunda intimidade com o Todo-poderoso.
- Zofar é o terceiro amigo de Jó, provavelmente, o mais novo dos três que são mencionados em Jó 2:11. A Bíblia diz-nos que ele era natural de Naamá, região que é identificada como sendo um dos pequenos reinos que havia, na época, no território da atual Arábia Saudita.
- Fez apenas dois discursos, nos quais notamos a mesma ideia de que o sofrimento advém do pecado. Entretanto, em seu discurso, notamos (mais pronunciado em Zofar mas presente também nos discursos de Elifaz e de Bildade) a noção de um Deus distante, muito superior aos homens, que não intervém na vida humana. Esta é a base da doutrina denominada pelos teólogos de "deísmo", um dos perigos para a saúde doutrinária da Igreja.
- O significado do nome de Zofar é objeto de polêmica entre os estudiosos da Bíblia. Gregório Magno1 , um dos mais antigos comentaristas do livro de Jó, entende que seu nome significa "destruição da torre de vigia", 1 Gregório Magno (540-604). Nascido em uma rica família de senadores em Roma, foi prefeito da cidade com apenas 30 anos de idade, quando abandonou a vida pública e se tornou monge. Aproveitado pelo bispo romano Pelágio II, acabou se tornando o seu sucessor em 590. Antes, em 585, escreveu "Magna Moralia", um dos mais antigos comentários cristãos do livro de Jó.
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