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TERCEIRO TRIMESTRE DE 2017
Adultos - A RAZÃO DA NOSSA FÉ: assim cremos, assim vivemos
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIO: EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
A) INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE
Damos início a mais um trimestre letivo
da Escola Bíblica Dominical, um trimestre temático, onde estaremos a
estudar os pontos principais de nossa fé, um trimestre extremamente
importante porque haveremos de esmiuçar os principais pontos de nosso
“Cremos”, de nossa “Declaração de Fé”, recentemente aprovada na 43ª
Assembleia Geral Ordinária da Convenção Geral das Assembleias de Deus no
Brasil (CGADB), um marco histórico de nossa denominação, que carecia de
um documento que sintetizasse todas as doutrinas do chamado segmento
evangélico pentecostal da Cristandade.
Em meio a dias tão difíceis, de
proliferação de falsas doutrinas, dias imediatamente anteriores ao
arrebatamento da Igreja, torna-se, mesmo, necessário termos um documento
que apresente, de uma forma concisa mas bem explicada, todos os pontos
da doutrina bíblica, a fim de que possamos aprender o conteúdo das
Escrituras de forma sistemática e ordenada.
Durante muito tempo houve certa
resistência à elaboração de uma “declaração de fé”, pois,
equivocadamente, se entendia que um documento desta natureza estaria nos
afastando da Bíblia Sagrada.
O fato é que a “declaração de fé” nada
mais é que uma exposição ordenada daquilo que se encontra na Bíblia
Sagrada, a nossa única regra de fé e prática. Não há qualquer “inovação”
ou “dogmatização humana”, como entendiam alguns, mas uma forma
sistemática de apresentação das verdades bíblicas. Tanto assim é que, no
“Cremos”, que é a síntese das doutrinas bíblicas, sempre há a menção de
passagens bíblicas em que se baseiam os enunciados, a demonstrar,
portanto, que não se está a substituir a Bíblia, mas apenas a organizar o
conteúdo bíblico de uma forma lógica, que permita uma mais fácil
apreensão por parte dos salvos.
A prática de se fazerem “confissões de
fé” ou pequenos resumos das crenças ensinadas pela sã doutrina vem desde
os primeiros séculos da história da Igreja, havendo, mesmo, quem
defenda a sua prática ainda nos tempos apostólicos, pois seriam estes os
objetivos dos hinos vez ou outra mencionados em o Novo Testamento,
como, por exemplo, I Tm.3:16, onde vemos um resumo poético de toda a
obra messiânica de Cristo Jesus.
No século II, surge o chamado “Credo dos
Apóstolos” e, no século IV, por ocasião do Concílio de Niceia, que
definiu a questão da divindade de Jesus, foi elaborado o chamado Credo
Niceno (325), que foi, posteriormente, completado no Concílio de
Constantinopla, dando origem ao chamado “Credo
Niceno-Constantinopolitano” (381), ambos contendo as verdades básicas da
fé cristã.
Além destes dois credos, também oram
elaborados dois outros credos, um por ocasião do Concílio de Calcedônia
(451) e, por fim, um denominado de Credo de Atanásio, atribuído ao bipo
Atanásio (296-373) mas que teria sido elaborado por volta do ano 500 com
base nos ensinos daquele homem de Deus, que se notabilizou por sua
defesa da autêntica doutrina de Cristo. Todos estes quatro documentos
trazem a síntese da doutrina cristã e, por isso mesmo, foram colocados
como um apêndice em nossa Declaração de Fé, não fazendo parte dela mas
apenas para nos mostrar que nossas crenças são as mesmas dos cristãos
desde os primeiros séculos..
Foram fórmulas feitas para sintetizar a
doutrina cristã, tornando-a de mais fácil memorização, sendo também uma
orientação para o discipulado dos novos convertidos, máxime diante de
populações que não tinham fácil acesso às Escrituras nem sabiam ler.
Com a Reforma Protestante, que completa
este ano 500 anos, tivemos uma nova proliferação de “confissões de fé”,
tendo em vista a necessidade de se esclarecer quais as doutrinas que
tinham base bíblica e que não eram deformações contra as quais se
insurgiam os Reformadores. Assim, nos séculos XV a XVII, tivemos uma
série de “confissões de fé”.
As Assembleias de Deus nos Estados
Unidos, em 1916, elaborou a sua “declaração de fé”, sintetizando, assim,
as crenças do movimento pentecostal, iniciado mais vigorosamente no
início do século XX, mas as Assembleias de Deus no Brasil não se
animaram a fazê-lo, considerando que a adoção de uma “confissão de fé”
seria algo próprio de “católicos” ou “crentes tradicionais”.
No entanto, a partir de 1969, por
iniciativa do pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos, começou a ser
publicado no jornal “O Mensageiro da Paz”, um “Cremos”, com 14 itens,
onde havia uma síntese da doutrina evangélica pentecostal.
Somente agora, em 2017, as Assembleias
de Deus oficializam uma “declaração de fé”, baseada no tradicional
“Cremos”, ao qual foram acrescentados dois novos itens, onde há uma
explicação mais ampla das nossas crenças, algo que se fazia necessário,
notadamente diante das múltiplas heresias de nossos dias e da ausência
de um documento que contenha o resumo da nossa fé.
Diante da aprovação desta “declaração de
fé”, nada mais razoável que dediquemos um trimestre da Escola Bíblica
Dominical, que é a principal agência de ensino bíblico da Igreja, para
estudarmos as razões da nossa fé, a base de nossas crenças, até porque é
mister que possamos responder, com mansidão e temor, a quem nos
perguntar a respeito delas (I Pe.3:15).
Aliás, uma “declaração de fé” nada mais é
que uma exposição racional a respeito daquilo que nos é revelado por
/Deus nas Escrituras e, por isso mesmo, não há motivo algum para não
desejarmos ter uma “declaração de fé” que é apenas um pensamento humano a
respeito daquilo que nos foi revelado pelo Espírito Santo e que, como
pensamento humano, embora embasado na Bíblia Sagrada, pode sofrer
revisões e alterações, sempre com o fim de melhor se adequar ao que diz
as Escrituras, estas, sim, a nossa única regra de fé e prática.
O trimestre segue os itens do “Cremos”
de nossa “Declaração de Fé” e, portanto, não há como dividi-lo em
blocos, já que cada item corresponde a uma doutrina em que cremos.
A capa da revista deste trimestre
apresenta um exemplar da Bíblia Sagrada, exemplar que demonstra ter sido
já muito manuseado pelo seu dono.
Revela, assim, um exemplar das
Escrituras que é de uso contínuo, um salvo na pessoa de Cristo Jesus que
está preocupada com a sua santificação, pois, como nos disse o Senhor
Jesus, é na Palavra de Deus, que é a verdade, que somos santificados
(Jo.17:17).
Ao ver a ilustração da capa da revista e
o título de nosso trimestre, “A razão de nossa fé”, não podemos deixar
de nos lembrar de I Pe.3:15, que diz que devemos nos santificar a Cristo
em nossos corações para que possamos estar preparados para responder
com mansidão e temperança a razão da esperança que há em nós.
Ora, esta “santificação a Cristo em
nosso coração” é, entre outras coisas, a meditação de dia e de noite na
Palavra de Deus (Sl.1’:1,2), seu estudo acurado, sua memorização, sua
aplicação. E as “declarações de fé” ou “confissões de fé” ou “credos”
têm, precisamente, este objetivo de nos facilitar este aprendizado, esta
meditação, a fim de que saibamos perfeitamente o que Deus nos revelou
e, assim, vívamos de acordo com a Sua vontade.
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