INTRODUÇÃO
O livro de Levítico foi entregue a Israel para que este,
separando-se de entre todos os povos da Terra, viesse a adorar, a servir e a
santificar-se a Deus. A santidade, por conseguinte, tanto naquele tempo quanto
hoje, continua a ser a marca distintiva dos filhos de Deus.
Nesta lição, veremos que Israel, através das leis e ordenanças
levíticas, tinha a obrigação de apresentar-se a Deus e ao mundo como a nação
santa, zelosa e servidora por excelência. Que aprendamos, com os israelitas, a
adorar e a servir ao Senhor na beleza de sua santidade.
I – SANTIDADE, A MARCA DO POVO DE DEUS
Libertos do Egito, os israelitas corriam o risco de transmitir à
próxima geração enfermidades como a lepra (Dt 7.15), a doença mais temida da
antiguidade. Por isso, Deus encarregou os sacerdotes
de inspecionar clinicamente o seu povo.
1. O estado
de santidade.
No exato instante de sua chamada a uma nova realidade espiritual,
Abraão, e com ele todo o Israel, foram elevados ao posto de herança particular
e santa do Senhor (Êx 19.5). Essa dignificação, porém, não levou ao
aperfeiçoamento imediato dos hebreus. Tanto o patriarca quanto seus
descendentes tiveram de submeter-se a um longo e doloroso processo de
santificação (Gn 17.1). O mesmo pode-se dizer da Igreja de Cristo. Os irmãos
coríntios foram tratados como santos pelo apóstolo Paulo (2 Co 1.1), mas ainda
estavam longe da perfeição (1 Co 3.1).
2. O
processo de santificação.
O processo de santificação de Israel, que teve início com Abraão,
foi interrompido e recomeçado diversas vezes. Haja vista o conturbado período
dos juízes (Jz 2.18-20). Mas, para que o seu povo viesse a atingir o ideal de
uma nação santa, profética e sacerdotal, o Senhor entrega-lhe o livro da Lei
(Êx 19.6; Js 23.6).
Se lermos atentamente os livros de Êxodo e Levítico, verificaremos
que o processo de santificação, na vida de um crente hebreu, tinha início com o
amor que ele tributava a Deus (Dt 6.5). A partir desse momento, o fiel passava
a cumprir todos os mandamentos do Senhor, pois já não os achava pesados (cf.1
Jo 5.3).
O apelo à santidade diz respeito à pureza da nação de Israel para manter o povo distante da idolatria, da prostituição e de outras práticas pecaminosas. Deus escolheu Israel para ser sua propriedade particular dentre todos os povos, reino sacerdotal e povo santo: "[...] então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha. E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo [...]" (Êx 19.5,6). O estilo de vida dos israelitas devia estar de acordo com a santidade do seu Deus: "Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo" (Lv 19.2). Essa santidade exigida era mais do que natural, porque Deus é santo (Lv 11.44), e os israelitas foram "separados", ou seja, "retirados" dentre os povos para Deus. (Revista Lições Bíblica CPAD Adultos - Lição 9 - 4T - 2017)
3. A
santidade como marca.
O livro de Levítico tinha como alvo fazer de Israel uma nação
distinta por sua pureza e santidade (Êx 19.6). E, de fato, nenhum outro povo
jamais alcançou as excelências de Israel (Rm 9.4,5). Usufruir de todos esses
privilégios, todavia, acarreta-lhe ainda grande responsabilidade (Rm 2.17-29).
Em alguns períodos de sua história, Israel de fato destacou-se
como herança peculiar do Senhor, haja vista os elogios tecidos pela rainha de
Sabá ao rei Salomão (2 Cr 9.1-8). Todavia, a maior parte de sua história foi
marcada pela apostasia. Mas, chegará o tempo, em que todo o Israel será
redimido e salvo (Rm 11.26). E o povo hebreu deveria sobressair-se pela
santidade, o que não esperar da Igreja de Cristo? Por essa razão, o apóstolo
exorta-nos a andar continuamente em novidade de vida (Rm 6.4). Sem a santidade
requerida por Deus nenhum de nós chegará à Jerusalém Celeste (Hb 12.14; Ap
21.8).
II – A
SANTIDADE NO MINISTÉRIO LEVÍTICO
Os
sacerdotes deveriam ser uma referência perfeita à nação de Israel no que tange
à santidade e à pureza. Afinal, eram os responsáveis pela santificação do povo,
a fim de torná-lo propício diante de Deus.
1. Santidade
exterior.
Aos ministros do altar, o Senhor impôs uma série de restrições,
para que não viessem a comprometer o santo ministério. O sumo sacerdote, por
exemplo, não poderia desposar uma mulher que não fosse virgem (Lv 21.7,14). Até
mesmo com respeito ao luto, deveriam os ministros do altar ser precavidos e
cuidadosos (Lv 21.1-3). Tendo em vista o emblema da santidade divina que estava
sobre a classe sacerdotal de Israel, nenhum descendente de Levi poderia ser
admitido no serviço divino se portasse alguma deficiência física (Lv 21.17-21).
2. Santidade interior.
O sumo sacerdote deveria portar uma lâmina de ouro, que, posta em
sua mitra, trazia esta advertência: “Santidade ao Senhor” (Êx 28.36). Portanto,
a santidade do ministro não poderia ser apenas exterior; sua pureza externa
deveria ser um perfeito reflexo de sua santidade interior (Ml 2.7).
Infelizmente, a classe sacerdotal deixou-se levar por um culto formal, o que
ocasionaria a destruição de Jerusalém (Jr 5.31; 23.11).
3. Santidade
e glória.
A glória que acompanhou Israel em sua peregrinação, no deserto,
tornou-o conhecido como a herança peculiar do Senhor (Êx 13.21,22;16.10).
Atemorizados, os gentios sabiam que era impossível amaldiçoá-lo (Nm 23). Mas,
para que os israelitas continuassem a usufruir a glória divina era-lhes
imprescindível obedecer a Palavra de Deus (Lv 9.6). O mesmo não requer o Senhor
de cada um de nós? (Hb 12.14).
III – A
SANTIDADE DO POVO DE DEUS
O Senhor
exige, de cada um de nós, a santificação de nossos filhos e de nossa vida
conjugal, pois a nossa pureza expressa a sua vontade.
1. A
santificação dos filhos.
Deus proíbe aos israelitas, expressa e energicamente, apresentarem
seus filhinhos como oferenda a Moloque (Lv 20.1-4). A razão é simples: cada um
de nossos meninos e meninas é herança do Senhor (Sl 127.3).
Hoje, há pais cristãos, que, sem o saberem, estão entregando seus
filhos a “Moloque”, quando, por exemplo, adotam a política criminosa do aborto
e quando não os educam conforme recomenda a Palavra de Deus (1 Co 5.8). Ensine,
pois, seus pequeninos na admoestação do Senhor, para que sejam pessoas de bem
(Ef 6.4). Finalmente, que seus filhos venham a honrá-los como a pais e mães;
somente assim poderão ser abençoados (Êx 20.12; Lv 20.9; Ef 6.2).
2. A
santificação conjugal.
Deus sempre teve um forte compromisso com a família, pois Ele
próprio instituiu-a no Éden (Gn 2.24,25). A fim de preservar a integridade
familiar, o Senhor proíbe terminantemente a infidelidade conjugal e o adultério
(Lv 20.10). Seu objetivo era tornar a família israelita um exemplo para os
gentios, conforme descreve-a o Salmista (Sl 128). Hoje, a nossa
responsabilidade não é menor. Temos de observar o sétimo mandamento: “Não
adulterarás”, e manter o leito conjugal sem mácula (Êx 20.14; Mt 5.28; Hb 13.4).
O Deus que inspirou o Levítico não mudou.
3. A
santificação e a vontade de Deus.
A santificação é um processo que exige disciplina, esforço e um
profundo amor a Deus (1 Co 9.27). Nesse processo, lento e doloroso, todo o
nosso ser tem de estar envolvido (Fp 3.12-15;1 Ts 5.23). O santificar-se não é
uma opção na vida do salvo; é uma ordenança divina (Lv 20.7; Js 3.5). A nossa
santificação é da vontade de Deus (1 Ts 4.3). Sem ela, como veremos o Senhor?
(Hb 12.14).
CONCLUSÃO
Num momento de emergência nacional, o rei Ezequias convocou os
levitas, e ordenou-lhes: “Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e
santificai a Casa do SENHOR, Deus de vossos pais, e tirai do santuário a
imundícia” (2 Cr 29.5). Foi naquela hora que teve início um grande avivamento
em Israel. Se nos santificarmos, como requer o Senhor de cada um de nós, em
breve experimentaremos uma grande visitação dos céus em nosso país. Amém!
PARA
REFLETIR
A
Respeito de “Santidade ao Senhor”, responda:
1) Por que o
livro de Levítico foi entregue a Israel?
O livro de Levítico foi entregue a Israel, para que este,
separando-se de entre todos os povos da Terra, viesse a adorar, a servir e a
santificar-se a Deus.
2) Como
começou a história de Israel como povo santo?
Em Ur dos Caldeus, Abraão não passava de um gentio entre os demais
gentios. Mas, intimado novamente por Deus em Harã, obedeceu-o de imediato. Ele
creu em Deus, e foi justificado. Foi exatamente aí que começou a história de
Israel como o povo santo do Senhor.
3) Que
exigências Deus fazia ao Sumo sacerdote?
Santidade exterior, santidade interior, santidade e glória.
4) Qual a
proibição do Levítico aos pais israelitas?
Deus proíbe aos israelitas, expressa e energicamente, apresentarem
seus filhinhos como oferenda a Moloque. A razão é simples: cada um de nossos
meninos e meninas é herança do Senhor.
5) Como os
cônjuges devem portar-se?
Devem portar-se de forma santa, a fim de preservar a integridade
familiar, terminantemente evitar a infidelidade conjugal e o adultério (Lv
20.10).
BIBLIOGRAFIA
Bíblia Sagrada - Thompson - Edição Contemporânea - Editora VIDA,
2000, Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, Valores Cristãos -
Enfrentando as questões morais de nosso tempo, Comentarista Pr. Douglas
Baptista, 2 Trimestre 2018.
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