INTRODUÇÃO
A Bíblia Sagrada enaltece a vida moderada, o
trabalho honesto e a boa administração da família (1Co 10.23; 1 Tm 5.8). Desse
modo, as Escrituras eliminam a possibilidade de o cristão envolver-se na
prática dos vícios ou jogos de azar. No entanto, as estatísticas indicam dados
alarmantes acerca dos prejuízos provocados pela prática desse mal em nossa
sociedade.
I – VICIOS: A DEGRADAÇÃO DA VIDA HUMANA
Tudo o que escraviza o homem e o faz perder seus valores é denominado de
vícios que resultam na degradação da essência humana.
1. O pecado do alcoolismo.
O consumo do álcool é tanto um vício como um
pecado (Lc 21.34; Ef 5.18; 1Co 6.10). Como consequência, a embriaguez altera o
raciocínio e o bom senso (Pv 31.4,5). Além de retirar a inibição da pessoa, o
álcool faz com que ela perca "a motivação para fazer o que é certo"
(Os 4.11), levando-a a pobreza e a graves problemas de saúde (Pv 23.21,31,32).
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o alcoolismo como a
terceira causa de morte no mundo. Pesquisas de 2015 indicam que no Brasil a
cada 36 horas um jovem morre vítima do consumo abusivo do álcool. Cerca de 60%
dos índices de cirrose hepática entre os brasileiros têm relação com o álcool.
Diante desses fatos a igreja deve posicionar-se contra o alcoolismo e trabalhar
na prevenção ao vício. O problema é de ordem espiritual, médica e psicológica.
Infelizmente, muitas pessoas fazem uso da bebida alcoólica como um meio de
fugir de seus problemas. Por isso, precisamos sair da clausura dos templos e
anunciar que Cristo produz vida (Jo 10.10) e concede paz à alma (Jo 14.27).
2. A escravidão das drogas.
As drogas são substâncias químicas que
provocam alterações no organismo. Essas substâncias causam dependência e o
consumo excessivo provoca morte por overdose. As drogas afetam também o
funcionamento do coração, do fígado, dos pulmões e até mesmo do cérebro. As
drogas ilícitas mais comuns são a maconha, a cocaína, o crack e o ecstasy. As
chamadas drogas lícitas ramo o álcool e o cigarro são igualmente prejudiciais à
saúde.
Em 2016, 3 Escritório das Nações Unidas sobre
Drogas e Crime divulgou que quase 200 pessoas morrem anualmente em todo o mundo
devido ao consumo de drogas. O Brasil apresenta uma média de 30 mil mortes por
ano devido ao tráfico de drogas. As pessoas usam drogas principalmente para
alterar o estado de espírito em busca de paz. Entretanto, as drogas agridem o
corpo, que é templo do Espírito Santo (1Co 5.19,20). O cristão não deve usar
nem participar de movimentos que visam legalizar as drogas. Seria uma tragédia
generalizada!
II – JOGOS DE AZAR: UMA ARMADILHA PARA A FAMÍLIA
Tudo o que abarca investimento sem retorno garantido, descomprometido com
a ética e a moral, resulta em sérios prejuízos para a família.
1. A ilusão do ganho fácil.
A sedução dos jogos de azar ocorre pela
esperança de se obter lucro instantâneo. As pessoas são atraídas pela ilusão de
ganhar dinheiro rápido e fácil sem o esforço do trabalho. Jogam na expectativa
de tirar a sorte grande e, assim, resolver problemas financeiros. Ciente dessa
realidade, o Estado não consegue ser eficaz no combate à jogatina. E ainda
existem os jogos eletrônicos, bem como os ilegais como caça-níqueis e o jogo do
bicho, entre outros. É um sistema que lucra e lucra muito. Mas os jogadores
tornam-se compulsivos, endividam-se, arruínam a família e a própria vida.
Depositar a esperança na sorte é pecado e implica não confiar na providência
divina (Jr 17.5-7).
2. Os males dos jogos na família.
Os jogos de azar causam destruições
irreparáveis no ambiente familiar. O jogo vicia e escraviza a ponto de migrar
todos os recursos de uma família para o pagamento de dívidas contraídas pelo
jogador. Nele, o benefício de um depende diretamente do prejuízo do outro e,
normalmente, são as pessoas de baixa renda que sustentam a jogatina. Esses
jogos fomentam a preguiça, a corrupção, a marginalidade, a agiotagem, a
violência e a criminalidade. Os jogadores compulsivos descem ao nível mais
baixo para continuar alimentando o vício da jogatina. Em muitos casos tais
jogadores perdem seus empregos, o respeito de seus amigos e até o amor de suas
famílias. As Escrituras nos advertem a zelar pela família (1Tm 3.4,5) e não
cair em armadilhas, pois "um abismo chama outro abismo" (SI 42.7).
3. As consequências para a saúde.
Os jogos de azar, assim como o álcool, o
cigarro e as demais drogas causam dependência psíquica e química
respectivamente. Em 1992, a OMS concluiu que jogar os jogos de azar faz mal a
saúde, incluindo o jogo compulsivo no Código Internacional de Doenças (CID). Quando
em crise de abstinência, o jogador sofre com tremores, náuseas, depressão e
graves problemas cardíacos. Cerca de 80% dos viciados em jogos de azar relatam
algum tipo de ideação suicida como uma forma de fugir da vergonha moral e de
suas dívidas. Tal como outros viciados, os jogadores compulsivos tendem ao
desenvolvimento de doenças psiquiátricas. Maltratar o próprio corpo é
insensatez e afronta contra o dom da vida outorgado por Deus (1 Sm 2.6; Ef
5.29,30).
III – VIVAMOS UMA VIDA SÓBRIA, HONESTA E FIEL A DEUS
A vitória do cristão contra os vícios e os jogos de azar engloba a
sobriedade, a honestidade e a fidelidade ao autor da vida.
1. A bênção da sobriedade.
A ''expressão grega nephálios refere-se
à sobriedade em relação ao consumo de bebidas alcoólicas.
O dicionário indica que, ao contrário de
embriagado, a palavra se aplica a pessoa que está esperta, consciente e
capacitada a discernir. O termo também é usado para identificar a vida equilibrada.
Trata-se da virtude do que controla as paixões da carne (Gl 5.24). Desse a
sobriedade abrange o comportamento moderado, a mente sã, o bom juízo e a
prudência (Rm 12.3; 1Tm 1.5; 2 Tm 1.7).
A orientação bíblica é de abstinência de toda
a imundícia, inclusive a dos vícios e a dos jogos de azar (Tt 2.12). Observemos
a exortação do apóstolo quanto ao vinho (Ef 5.18).
2. Honestidade e fidelidade.
Uma pessoa honesta não explora o seu próximo,
mas conduz seus negócios temendo no Senhor (SI 112.1-5). Não retira seu
sustento da jogatina à custa de quem perde dinheiro nos jogos de azar,
enganando-o e defraudando-o (1Ts 4.6).
O verdadeiro cristão não busca amparo na
sorte, mas provê a si e sua família por meio do trabalho honesto, com o
"suor do rosto" (Gn 3.19). A fidelidade do cristão é com a Palavra de
Deus. Mesmo que alguns vícios e jogos de azar sejam lícitos pelas leis do
Estado, o salvo em Jesus não se permite contaminar. Os ensinos e os princípios
bíblicos devem pautar a vida dos que são fiéis ao Senhor (SI 119.105).
CONCLUSÃO
Os vícios e os jogos de azar, legais ou
ilegais, são práticas reprováveis e prejudiciais à sociedade. Os vícios
escravizam e destroem as vidas e as famílias. De igual modo o fazem os jogos de
azar. Portanto, o cristão deve abster-se da prática de qualquer vício,
dedicando-se ao trabalho honesto para o sustento de sua casa. Cabe ao salvo
resistir ao pecado e não se deixar dominar por coisa alguma (1 Co 6.12).
PARA REFLETIR
A respeito do tema "Ética Cristã, Vício e
Jogos", responda:
• Qual a consequência da embriaguez?
Como consequência, a embriaguez altera o
raciocínio e o bom senso (Pv 31.4,5).
• As drogas causam alterações no organismo.
Que alterações são essas?
Sim. Elas afetam também o funcionamento do
coração, do fígado, dos pulmões e até mesmo do cérebro.
• O que motiva a sedução dos jogos de azar?
A sedução dos jogos de azar ocorre pela
esperança de se obter lucro instantâneo. As pessoas são atraídas pela ilusão de
ganhar dinheiro rápido e fácil sem o esforço do trabalho.
• O que os jogos de azar causam no ambiente
familiar?
Os jogos de azar causam destruições
irreparáveis no ambiente familiar.
• Complete: "Uma pessoa honesta não explora o seu próximo, mas conduz seus
negócios temendo ao Senhor (SI 112.1-5)."
BIBLIOGRAFIA
Bíblia Sagrada - Thompson - Edição
Contemporânea - Editora VIDA, 2000
Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, Valores Cristãos - Enfrentando as questões morais de nosso tempo, Comentarista Pr. Douglas Baptista, 2 Trimestre 2018.
Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, Valores Cristãos - Enfrentando as questões morais de nosso tempo, Comentarista Pr. Douglas Baptista, 2 Trimestre 2018.
Editado por Josimar Gonçalo
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