Adultos - A RAZÃO DA NOSSA FÉ: assim cremos, assim vivemos
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIO: EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
CREMOS
(…)
2. Em só Deus, eternamente subsistente
em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder,
glória e majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do
Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato
sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt.6.4;
Mt.28:19; Mc.12:29; Gn.1:1; 2:7; Hb.11:3 e Ap.4:11). (Cremos da
Declaração de Fé da CGADB) (destaque nosso).
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do nossa
Declaração de Fé, analisaremos a doutrina da Trindade, uma das mais
difíceis doutrinas bíblicas, pois mostra, na sua exposição, a grande
limitação da razão humana para compreendermos a essência e a estrutura
de Deus, cujos pensamentos são muito mais elevados do que os nossos
(Is.55:8,9). Assim, como nas outras doutrinas das Escrituras,
necessitamos exercitar nossa fé e não a nossa razão, aceitando a verdade
bíblica, sem querer entendê-la plenamente.
- A doutrina da Trindade somente pôde
ser exposta claramente aos homens após a vinda de Cristo, o Deus Filho, a
este mundo e o envio do Espírito Santo para ficar com a Igreja até a
volta de Jesus. Por isso, antes destes eventos, não havia tanta clareza
quanto a triunidade do nosso Deus. Não espanta, pois, que os judeus não a
compreendam, assim como todos quantos não têm o Espírito de Deus.
I – O SIGNIFICADO DA TRINDADE OU TRIUNIDADE DE DEUS
- A palavra “trindade” não se encontra
na Bíblia Sagrada, como, aliás, muitos outros termos criados pelos
estudiosos das Escrituras para descrever os ensinos bíblicos. A ausência
desta palavra na Bíblia, porém, não significa, em absoluto, como
defendem algumas seitas e heresias, que a “doutrina da trindade” seja
uma criação humana, algo que não corresponde à verdade bíblica. A
realidade da Trindade encontra-se presente na Bíblia desde o seu
primeiro versículo, Gn.1:1, onde vemos, no texto original, a presença de
“Elohim”, palavra hebraica que significa “Deus” e que se encontra no
plural, embora o verbo “criou” esteja no singular. Assim, logo no limiar
da revelação divina ao homem, encontramos um Deus que é, ao mesmo
tempo, plural e singular, um único Deus, mas mais de uma Pessoa.
- A palavra “trindade” foi cunhada pelos
primeiros estudiosos da Bíblia depois dos apóstolos, os chamados “pais
da Igreja”, com especial destaque para Tertuliano, que viveu entre os
anos de 155 e 222, um dos principais defensores da fé cristã em meio às
perseguições tanto do Império Romano quanto dos intelectuais pagãos do
seu tempo. Tertuliano, como, aliás, todos os chamados “pais da Igreja”,
viram-se forçados a ter de enfrentar a questão da essência e da natureza
de Deus, uma vez que os cristãos, assim como os judeus, proclamavam que
havia um único Deus, mas também diziam que Jesus era Deus, assim como o
Espírito Santo. Deste modo, tinham, a um só tempo, de enfrentar tanto
as indagações dos judeus, que acusavam os cristãos de politeístas, ou
seja, de crerem, ao exemplo dos gentios, em mais de um Deus, como também
de mostrar aos gentios de que havia um único Deus, apesar de crerem no
Pai, no Filho e no Espírito Santo.
- Foi esta necessidade de defender os
ensinos das Escrituras diante das objeções levantadas por judeus e
gentios que fez com que os estudiosos e defensores da fé cristã se
debruçassem sobre a Bíblia Sagrada e verificassem o que ela ensinava a
respeito de Deus e das Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Este estudo levou à formulação da “doutrina da Trindade”, que nada mais é
do que uma sistematização, uma organização do que as Escrituras ensinam
a respeito. Por isso, não é verdade que a “doutrina da Trindade” tenha
sido criada pelos “pais da Igreja”, nem que tenha sido uma “inovação”
seja de Tertuliano, seja dos demais “pais da Igreja”, mas é o resultado
de um estudo profundo da Bíblia para que se pudesse responder às
críticas e às objeções tanto de judeus quanto de gentios. Vê-se, aliás,
neste episódio, a importância de se fazer um estudo sistemático da
Palavra de Deus, pois isto se faz necessário para que possamos saber
responder, com mansidão e temor, a razão da esperança que há em nós (I
Pe.3:15).
- Assim, se é verdade que a
sistematização, a organização racional dos ensinos bíblicos a respeito
da essência e da natureza de Deus se deu a partir do século II,
principalmente por intermédio de Tertuliano e que tais estudos acabaram
sendo oficialmente reconhecidos no século IV, no famoso Concílio de
Niceia, onde, inclusive, foi aprovado o conhecido “Credo”, feito por
Atanásio, não podemos nos esquecer que tudo o que foi sistematizado e
organizado não foi, em absoluto, uma criação humana, uma construção
teórica originária da mente do homem, mas, sim, o que foi revelado na
Bíblia Sagrada, o que já se encontrava na Palavra de Deus. Por isso, a
doutrina da trindade não é fruto da mente humana, mas expressão do que
já havia sido revelado por Deus aos homens por meio da inspiração do
Espírito Santo. Tudo o que se ensina a respeito da Trindade, portanto, é
o que Deus revelou em Sua Palavra, é doutrina bíblica e não teoria do
homem. Jamais nos esqueçamos disto!
- Tertuliano, em seus escritos, fez
questão de frisar que Deus é único, ou seja, há apenas um Deus, como,
aliás, é claríssimo o texto bíblico, em especial em Dt.6:4. O caráter
distintivo do povo de Israel em relação a todos os demais povos da Terra
estava, precisamente, no fato de que, ao contrário das outras nações,
os hebreus criam na existência de um único Deus, que criou os céus e a
terra. O “monoteísmo”, isto é, a crença em um único Deus, é a
característica principal do judaísmo e, por não ser uma invenção de
Israel, mas o fruto da revelação divina a Seu povo, é, também, a crença
de cada um dos servos do Senhor que, na atual dispensação, formam o
“Israel de Deus” (Gl.6:16), ou seja, a Igreja.
Para continuar lendo este artigo baixe o anexo no link abaixo.
FONTE: http://www.portalebd.org.br
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